16 de dez. de 2009

.o dia que a mamãe se divorciou de mim.

eu pensei que essas coisas só acontecessem na casa do vizinho. pai e mãe separados era ficção científica na minha cartilha. mas eu tive que engolir. a seco. tão maluco quanto questionar se o ovo veio mesmo antes da galinha era conseguir aceitar que aquilo era mesmo realidade. e não estava acontecendo na casa do vizinho. me vi mãe da minha mãe. companheira do meu pai. eu que sempre gostei de colo. "pronto!", pensei. não pode acontecer nada pior. mas o tempo foi passando e ela se divorcio de mim. não existe um dia em que eu não busque respostas. mas as incertezas são cada vez mais latentes. o certo é que é ruim. se eu não podia acreditar em divócio de pais, quem dirá de mãe e filho. mas ela se divorciou de mim.

9 de dez. de 2009

.toca raul.

"...basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo..."

[assim espero]

[que azia eu . sai pra lá]

2 de dez. de 2009

.só.


minha vida nunca foi um dramalhão mexicano. tive uma infância linda, pais amáveis, grandes amigos. estudei nas melhores escolas, tive a maioria das bonecas que desejei, festa de 15 anos, viajem pra disney, namorados que me escreviam cartinhas de amor. quase tudo que uma menina sempre sonhou.


bem, mas definitivamente, hoje não existe lembrança doce que me tire o amargo. meus dedos correm pelo teclado com sede de desabafo. achei bom começar escrevendo alguma coisa boa antes que eu fique com pena de mim. estou numa batalha fervorosa contra uma tristeza que insiste em reinar absoluta. é tão profunda que eu a vejo escura, assustadora, como um oceano de predadores desconhecidos. me vejo cercada e ao mesmo tempo tão só. não acredito que alguém possa alcançar o tamanho do meu descontentamento. e isso me faz ainda mais só. não sei mais dividir a minha dor. ela é minha e só minha. e esse peso vem se tornando absurdo.


juro que tento. tento ocupar meu tempo, tento pensar mais em coisas boas, tento acreditar, tento fingir que estou bem. fingir, acho que consigo. e isso me deixa ainda mais só. eu que sempre acreditei na parceria, na partilha, na troca. pisciana fadada a morerr de amor, a criar expectativa, a sonhar. nem sei mais em que acredito. sequer lembro a última vez que rezei. só peço perdão por muitas vezes, não acreditar mais.


estou simplesmente seguindo. sem ânimo, sem vontade. uma sucção de tudo que eu mais amava deixou meu peito deserto. tenho saudades e tenho medo. só isso.