2 de dez. de 2009

.só.


minha vida nunca foi um dramalhão mexicano. tive uma infância linda, pais amáveis, grandes amigos. estudei nas melhores escolas, tive a maioria das bonecas que desejei, festa de 15 anos, viajem pra disney, namorados que me escreviam cartinhas de amor. quase tudo que uma menina sempre sonhou.


bem, mas definitivamente, hoje não existe lembrança doce que me tire o amargo. meus dedos correm pelo teclado com sede de desabafo. achei bom começar escrevendo alguma coisa boa antes que eu fique com pena de mim. estou numa batalha fervorosa contra uma tristeza que insiste em reinar absoluta. é tão profunda que eu a vejo escura, assustadora, como um oceano de predadores desconhecidos. me vejo cercada e ao mesmo tempo tão só. não acredito que alguém possa alcançar o tamanho do meu descontentamento. e isso me faz ainda mais só. não sei mais dividir a minha dor. ela é minha e só minha. e esse peso vem se tornando absurdo.


juro que tento. tento ocupar meu tempo, tento pensar mais em coisas boas, tento acreditar, tento fingir que estou bem. fingir, acho que consigo. e isso me deixa ainda mais só. eu que sempre acreditei na parceria, na partilha, na troca. pisciana fadada a morerr de amor, a criar expectativa, a sonhar. nem sei mais em que acredito. sequer lembro a última vez que rezei. só peço perdão por muitas vezes, não acreditar mais.


estou simplesmente seguindo. sem ânimo, sem vontade. uma sucção de tudo que eu mais amava deixou meu peito deserto. tenho saudades e tenho medo. só isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Compartilho desses sentimentos, mesmo tendo vencido a maior parte desses momentos, eles ainda ocorrem. Fazem parte da vida e da maturidade. Acredite, eles são tão reais quanto passageiros... Se você os deixar passar... Beijos.